Aprendendo a criar componentes e estilos no React Native - Parte II

Hoje iremos aprender um pouco mais sobre o React Native, continuando nossa série de artigos, e para isso, entenderemos melhor o que são os componentes e como podemos estilizá-los!

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Continuando nosso artigo que nos ensina a startar um projeto React Native e a inserir fontes externas, hoje iremos avançar um pouco mais nossos conhecimentos, onde desvendaremos o que são os famosos componentes e como podemos deixá-los ainda mais bonitos, adicionando estilos.

Acredito que a partir desse artigo especificamente, explicarei de uma forma mais detalhada, mas se ainda assim persistirem dúvidas, estou a disposição para que elas sejam resolvidas, pois quando aprendemos uma nova tecnologia, quanto mais informações temos, buscamos e aprendemos, melhor para fixar o conhecimento, com isso, espero que os artigos instiguem ainda mais vocês a buscarem mais sobre esse framework que é super importante e bastante utilizado.

E antes de entrarmos realmente no assunto React Native, acho que é super importante colocarmos nossos projetos visíveis no Github, e além disso, termos esse material como fonte de estudos e dúvidas. Acreditem, o que vocês aprenderão abaixo será válido durante todo o aprendizado de vocês, e ao salvarmos nosso código e deixarmos-o disponível, criamos uma fonte válida de informação, que nós mesmos produzimos, além de treinarmos comandos e funcionalidades que serão muito utilizadas no ambiente laboral.

Com isso, vamos começar hoje aprendendo de uma forma ainda melhor, iniciando pelo Git.

Criando uma nova branch em nosso projeto no Github

Conforme dei de sugestão no último artigo, acho válido o projeto estar no Github, mas não se preocupe, caso não tenha conseguido subir seu projeto, ou caso não tenha concluído todos os passos do artigo anterior, no link abaixo você terá acesso ao projeto que está em meu Github, e caso prefira, esteja a vontade para clonar esse projeto / realizar um fork.

https://github.com/ildaneta/challenges/tree/master/toDo-app

Após terem o repositório no Github de vocês, sugiro baixá-lo para iniciarmos hoje criando uma nova branch, e para isso, seguiremos a estrutura de nomenclatura abaixo:

tipoDaModificação/nomeProjeto/Funcionalidade-alterada-ou-criada

O que ficaria mais ou menos assim:

feat/ToDoApp/Criacao-de-componentes

É legal que no momento de criação de branches, você seja descritivo e claro, para que quando você precise voltar novamente nessa branch, ela seja de fácil localização.

Esse padrão de nomenclatura é o que utilizamos em nosso projeto laboral, e foi um consenso que minha equipe chegou e escolheu, assim, cada equipe ou empresa poderão ter padrões diferentes para nomear branchs.

Outro ponto interessante, é que o feat, vem de feature, seguindo o padrão de nomenclaturas que existem no Conventional Commits, onde inclusive já fiz um artigo exclusivo a ele e você pode lê-lo aqui: https://ildaneta.dev/posts/entendo-a-importância-dos-commits-semânticos/.

Então supondo que nossa branch fosse pra corrigir um bug em produção, colocaríamos o sufixo de fix, ficando: fix/ToDoApp/Correcao-componente-input

Agora que já sabemos a nomenclatura, vamos começar a digitar as linhas de comando para entrarmos em nosso projeto, e criarmos uma nova branch.

1 - cd nomePasta que o projeto está

2 - Ao entrarmos na pasta do projeto ToDo, digitaremos git branch para saber qual branch estamos no momento, provavelmente será sua master:

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Então vamos criar nossa nova branch, onde iremos aprender sobre criação de componentes e estilos, sugiro o nome abaixo, mas vocês podem nomear da forma que acharem mais agradável, o que cito aqui são apenas sugestões:

git checkout -b feat/TodoApp/Criando-componentes-e-estilos

A tela exibida será semelhante a abaixo:

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Quando digitamos o comando de git checkout nomeBranch de forma isolada, estamos apenas mudando da branch atual, para a branch digitada, porém quando colocamos o -b na frente, estamos criando uma nova branch a partir da branch atual que estamos e já mudando para dentro dessa nova branch, conforme a mensagem exibida: Switched to a new branch...

Agora, se você rodar a linha de comando abaixo, verá que já estamos dentro dessa nova branch:

git branch

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Pronto, branch criada e verificada com sucesso, agora começaremos nosso caminho pelo React Native.

Entendendo melhor as tags no React Native

Pensando realmente em entender o React Native iniciando pelos fundamentos, creio que é importante dizer algumas pequenas diferenças que temos em relação ao ReactJS web e o React Native, e a primeira delas é em relação as tags.

No frontend um dos principais conhecimentos que temos que ter é sobre as tags HTML, porque quando você lida com sites que serão renderizados via browser e posteriormente rankeados, é extremamente importante entender a semântica por detrás das tags e como o bom uso delas podem aumentar o SEO de sua página, por exemplo. Porém como o React Native não é renderizado da mesma forma, não possuímos tags como no frontend, porque basicamente no mobile possuímos tags mais genéricas, como por exemplo a tag <Text> que serve para escrever qualquer tipo de texto, diferente do web que possuímos o <p>, <strong>, que são formas diferentes de escrevermos textos, pois cada uma das tags possui suas particularidades.

O React Native funciona como uma coleção especial de componentes React, e nossos componentes / tags são compilados para widgets nativos, tanto nativo iOS quanto nativo Android, da seguinte forma:

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Mas pode surgir a dúvida, apenas nossa interface é compilada? E o que ocorre com nosso código Javascript?

Nosso código Javascript não é compilado, porque ele é executado em uma máquina virtual no final, rodado e hospedado pelo React Native dentro do nosso aplicativo. O React Native também nos dá ferramentas para que nosso código Javascript se comunique com módulos e API's nativas, como por exemplo quando queremos ter acesso a câmera do dispositivo.

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Temos algumas tags que são bastante utilizadas em nosso dia a dia, por exemplo: <View>, <Text>, <Image>, <TextInput>, <ScrollView> e <TouchableOpacity>.

Mas para que vocês possam entender melhor sobre as tags e sobre a ferramenta, deixo o link da doc do React Native abaixo:

https://reactnative.dev/docs/components-and-apis

O que são componentes dentro do React Native?

Agora que já entendemos um pouquinho mais sobre as tags no React Native e como elas são compiladas, chegou o momento de entendermos o que são os componentes.

Partindo da documentação do React, componentes permitem você dividir a UI (User Interface) em partes independentes e reutilizáveis, pensando em cada parte isoladamente.

Conceitualmente, componentes são como funções Javascript. Eles aceitam entradas arbitrárias (chamadas “props” = propriedades) e retornam elementos React que descrevem o que deve aparecer na tela.

Basicamente da seguinte forma:

import React from 'react';
import { Text } from 'react-native';

function Welcome(props) {
  return <Text>Hello, {props.name}</Text>;
}

export default Welcome;

Então como vimos na própria documentação, componentes são trechos de código isolados, ou seja, possuem estilos e propriedades próprias, e que podem ser reutilizados na aplicação.

Uma observação importante é que um componente pode ou não receber propriedades.

No trecho de código acima, estamos criando um componente chamado Welcome, e esse componente/função vai receber uma propriedade chamada name. Então para utilizarmos esse componente, o código ficaria mais ou menos assim:

import React from 'react';

import Welcome from '../../components/Welcome';

const Main = (): JSX.Element => {
 
  return <Welcome name="Ilda Neta"/>;
};

export default Main;

O que estamos fazendo é basicamente importar esse componente e colocar dentro dele a propriedade que ele espera, a prop name, com o valor de string Ilda Neta.

Agora que já entendemos um pouco mais sobre os fundamentos, chegou nosso momento de codar, e com isso, vamos conhecer o layout da nossa aplicação:

Captura de Tela 2021 02 03 a s 18 13 10

Como citei no artigo anterior, é um layout simples, mas funcional, e o importante mesmo é que vocês entendam os conceitos e consigam aplicá-los posteriormente em outros projetos. As cores, nomenclaturas e todo o restante do código pode ser criado conforme seu gosto, o que disponibilizo é apenas uma inspiração para que você tenha em mente uma forma de criar sua aplicação, com isso, sinta-se a vontade para personalizar seu projeto da maneira que mais lhe agradar.

Criaremos então nosso primeiro componente, que será o Header, e para criá-lo seguiremos os passos abaixo:

1 - Iremos até nossa pasta components e criaremos dentro dela outra pasta chamada header e dentro da pasta header criaremos os arquivos Header.tsx e styles.ts:

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Aqui chegamos a outra dica bem legal, que é a diferença entre utilizarmos a extensão .ts e .tsx.

Quando utilizamos a extensão .ts, estamos dizendo que esse arquivo não terá trechos de código JSX ou seja, tags com textos e estilos unidos a código Javascript. Já quando utilizamos o arquivo .tsx, estamos dizendo que esse código terá trechos JSX.

Caso surjam dúvidas relacionadas a isso, deixo abaixo a explicação contida na doc do React sobre o JSX:

https://pt-br.reactjs.org/docs/introducing-jsx.html

2 - Após criarmos a estrutura de pastas do componente Header, vamos começar a escrever o código, com isso sempre é necessário importar o React e as tags que utilizaremos do React Native. Após isso, criamos nossa função Header que será uma arrowFunction que retorna uma View vazia:

import React from 'react';
import { View } from 'react-native';

const Header = (): JSX.Element => {
  return <View />;
};

export default Header;

Como havíamos começado no outro artigo, estaremos utilizando já o typescript porque ele nos traz muitas vantages na escrita do código, uma delas é a intellisense que vou mostrar logo adiante a vocês, mas pra quem nunca viu uma tipagem, como podemos identificá-las?

As tipagens comumente virão após os dois pontos, e que conforme o código acima, conseguimos ver a tipagem da função da seguinte forma : JSX.Element . Comumente utilizávamos antes para tipar os retornos das funções o React.FC, da seguinte forma:

import React from 'react';
import { View } from 'react-native';

const Header: React.FC = () => {
  return <View />;
}

export default Header;

Porém essa tipagem acaba trazendo alguns pequenos probleminhas no código, com isso, o Facebook retirou essa tipagem do template typescript do create-react-app. Caso você deseje estudar mais sobre esse ponto, deixo com vocês abaixo a thread do Facebook onde eles aceitam essa sugestão via pull request:

https://github.com/facebook/create-react-app/pull/8177

No lugar dessa tipagem React.FC, colocamos que a função nos retornará um JSX.Element.

Outra particularidade que temos nas funções é que, além da tipagem do retorno da função, como acima, quando essa função receber parâmetros, teremos também que tipar esses parâmetros, e já já abaixo veremos essa situação.

São muitos detalhes, mas espero que vocês continuem perseverantes, pois venceremos os conceitos com calma, paciência e vontade de aprender.

E basicamente esse é um componente, mas que da forma que está ele não vai nos retornar nada, para isso, iremos adicionar um texto, que será o header do nosso aplicativo, da seguinte forma:

import React from 'react';
import { View, Text } from 'react-native';

const Header = (): JSX.Element => {
  return <Text>ToDo App</Text>;
};

export default Header;

3 - Componente criado, agora chegou o momento de importarmos ele e exibirmos em nossa aplicação.

Para isso, vamos até nosso arquivo App.tsx e importaremos nosso componente Header:

import React from 'react';

import Header from './src/components/header/Header';

const App = (): JSX.Element => {
  return <Header />;
};

export default App;

Também colocaremos a tipagem do retorno da função App, adicionando o (): JSX.Element.

Após isso, rodaremos novamente o nosso app. Caso seu projeto já tenha sido instalado no dispositivo, basta rodar yarn start para o metro bundler rodar, e abrirmos nosso app no emulador.

Mas caso você não tenha o app instalado no emulador rode yarn android ou yarn ios assim ele vai buildar a aplicação, instalá-la no seu emulador e abrir o app.

E nosso resultado será:

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Como é possível visualizar, no iOS ele considera o notch como uma parte da tela, e assim nossa interface fica quebrada.

Mas o React Native tem uma tag específica pra isso, chamada <SafeAreaView>, e como o próprio nome da tag nos revela, ela nos ajuda a exibir nossa interface apenas na área que é visível ao usuário, com isso, alteraremos nosso código da seguinte forma:

import React from 'react';
import { SafeAreaView } from 'react-native';

import Header from './src/components/header/Header';

const App = (): JSX.Element => {
  return (
    <SafeAreaView>
      <Header />
    </SafeAreaView>
  );
};

export default App;

Importamos o SafeAreaView e colocamos ele ao redor de nossa aplicação, assim qualquer conteúdo renderizado pelo aplicativo estará em uma área visível para o usuário.

Também podemos perceber que o nosso return mudou, e isso ocorre porque quando renderizamos mais de uma tag, temos que colocar os () ao redor das tags, conforme o código acima.

E esse é o resultado em nossa aplicação:

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Lidando com estilos no React Native

Conseguimos então criar nosso primeiro componente, mas como podemos visualizar, ele está bem simples, sem estilos e sem a fonte externa que importamos. Com isso, agora vamos aprender um pouco mais sobre as estilizações.

Criamos acima o arquivo de styles.ts dentro da pasta do nosso componente Header, mas como podemos criar os estilos dentro dele?

import { StyleSheet } from 'react-native';

export const styles = StyleSheet.create({});

Basicamente, o trecho de código acima é o start para criarmos nossos estilos, onde utilizamos o método StyleSheet fornecido pelo react native.

Após importá-lo, precisamos exportar nossa constante styles, que recebe o StyleSheet.create({}) .

Para linkar nossos estilos ao nosso componente, precisamos voltar no arquivo Header.tsx e importar nossos estilos, da seguinte forma:

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E para realmente surtir efeitos visuais no nosso componente, colocamos dentro da tag <Text> a propriedade de estilos, da seguinte forma:

import React from 'react';
import { Text } from 'react-native';

import { styles } from './styles';

const Header = (): JSX.Element => {
  return <Text style={styles.textHeader}>ToDo App</Text>;
};

export default Header;

Todas as tags React Native podem receber essa propriedade style, e assim, dentro dela dizemos qual será a propriedade que passará a identidade visual de nosso componente dentro da nossa constante styles. Como podemos ver, estamos dizendo que a propriedade textHeader será a que passará estilos para nosso texto, com isso, voltaremos dentro do nosso arquivo de styles.ts e adicionaremos essa propriedade, da seguinte forma:

import { StyleSheet } from 'react-native';

export const styles = StyleSheet.create({
  textHeader: {
    fontFamily: 'Montserrat-Bold',
    fontSize: 22,
  },
});

Resultando:

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Como é visível no estilo, no React Native é um pouco diferente do web também na declaração das propriedades de estilo, pois no mobile não utilizamos o font-family com hífen como no web, e isso acontece porque o que digitamos não é propriamente o CSS, mas uma estilização baseada em CSS, e por isso a nomenclatura acaba se diferenciando um pouco.

Uma boa prática também é que não criemos nossos estilos no mesmo arquivo da lógica da aplicação, como fizemos no primeiro artigo, por isso aqui, separamos eles em dois arquivos.

E como de costume, para que vocês possam se aprofundar mais no conhecimento do StyleSheet, deixo abaixo a documentação sobre ele:

https://reactnative.dev/docs/stylesheet

Entendendo melhor as Props ou Propriedades

Acabamos então de criar nosso primeiro componente e já até estilizamos ele, mas em realidade esse componente ainda está bem simples e sem as estilizações finais que precisamos para nossa aplicação, assim, chega o momento de entendermos um pouco mais sobre as props/propriedades que nossos componentes podem receber e como podemos iniciar as tipagens delas.

No comecinho do artigo, vimos o componente Welcome, que recebe uma propriedade name, e em nosso componente de Header, faremos a mesma coisa, mas nossa propriedade se chamará headerTitle, ficando da seguinte forma:

import React from 'react';
import { Text } from 'react-native';

import { styles } from './styles';

const Header = (prop): JSX.Element => {
  return <Text style={styles.textHeader}>{prop.headerTitle}</Text>;
};

export default Header;

Mas podemos melhorar um pouquinho mais esse código da seguinte forma:

import React from 'react';
import { Text } from 'react-native';

import { styles } from './styles';

const Header = ({ headerTitle }): JSX.Element => {
  return <Text style={styles.textHeader}>{headerTitle}</Text>;
};

export default Header;

O que melhoramos no código acima é que desestruturamos a propriedade de dentro de props, é o mesmo que fazermos assim:

const { headerTitle } = props

Como já sabemos, o React Native é apenas um framework que nos auxilia na produção da aplicação, mas ter a base Javascript é sumamente indispensável, por isso, aconselho a estudar mais sobre desestruturações, manipulações de arrays e spread and rest operators.

Mesmo realizando essa desestruturação, nossa prop está sem tipagem, o que faz o código ficar com esse alerta:

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Basicamente o ESLint está nos alertando: o headerTitle precisa ser tipado.

Para isso, criaremos uma interface chamada IHeader, a letra i que antecede o nome da tipagem é uma boa prática para que você saiba que essa tipagem é do tipo interface, pois poderemos ter outros tipos como enums.

import React from 'react';
import { Text } from 'react-native';

import { styles } from './styles';

interface IHeader {
  headerTitle: string;
}

const Header = ({ headerTitle }: IHeader): JSX.Element => {
  return <Text style={styles.textHeader}>{headerTitle}</Text>;
};

export default Header;

Uma interface basicamente serve para tipar itens contidos em objetos, e no código acima vemos que dentro da interface IHeader adicionamos a propriedade headerTitle que receberá um valor do tipo string.

Essa é uma tipagem relativamente simples, mas caso seja sua primeira vez visualizando-a, ou caso você deseje se aprofundar mais no assunto, deixo o conteúdo abaixo sobre o TypeScript:

https://www.typescriptlang.org/docs/handbook/basic-types.html

https://blog.rocketseat.com.br/typescript-vantagens-mitos-conceitos/

Agora se voltamos ao nosso arquivo App.tsx, veremos que nosso componente <Header /> ficará vermelho, indicando que temos um erro que pode ser visto ao passamos o mouse em cima do componente:

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A mensagem nos diz que esse componente agora espera uma propriedade obrigatória chamada headerTitle, e com isso, podemos complementar nosso componente da seguinte forma:

import React from 'react';
import { SafeAreaView } from 'react-native';

import Header from './src/components/header/Header';

const App = (): JSX.Element => {
  return (
    <SafeAreaView>
      <Header headerTitle="ToDo App" />
    </SafeAreaView>
  );
};

export default App;

Mas isso não é tudo o que precisamos para entendermos mais nossas propriedades. Por exemplo, vocês se questionaram qual a razão de utilizarmos uma prop? Não poderíamos ter deixado com o texto fixo, como estava antes?

E é aí que vem o pulo do gato rs, quando utilizamos uma propriedade, geralmente estamos querendo uma informação ou característica que seja passível de ser alterada dentro do componente. Se deixássemos nosso componente Header da forma que estava antes, sempre que fôssemos utilizá-lo teríamos o mesmo texto: ToDo App, pois esse texto estava fixo dentro dele.

Agora, como utilizamos uma propriedade, toda vez que o componente Header for ser utilizado, será necessário informar a propriedade headerTitle que poderá assumir qualquer valor do tipo string. Com isso, conseguimos deixar nosso componente um pouco mais maleável a alterações, sem que precisemos ir dentro do componente alterar.

Outra curiosidade sobre as props é que, existe uma prop especial, chamada children. Quando utilizamos essa prop, ela pega o valor que está entre a abertura e fechamento da tag do componente, diferente de quando criamos outras propriedades, que vão dentro da tag. Parece um pouco complexo ne, mas seria essa a diferença:

Dentro do componente Header, a declaração da prop continua a mesma:

import React from 'react';
import { Text } from 'react-native';

import { styles } from './styles';

interface IHeader {
  children: string;
}

const Header = ({ children }: IHeader): JSX.Element => {
  return <Text style={styles.textHeader}>{children}</Text>;
};

export default Header;

O que muda é onde utilizamos o componente, quando utilizamos a prop children, a tag passa a não fechar nela mesma, mas vira uma tag com abertura e fechamento:

// Utilizando a prop children
<Header>ToDo App</Header>

// Utilizando a prop headerTitle
<Header headerTitle="ToDo App" />

Particularmente gosto de utilizar quando a tag fecha nela mesma, conforme fizemos em nosso Header utilizando a prop headerTitle.

Acredito que pudemos aprender bastante hoje, e apesar do artigo ter ficado maior do que pensava, vamos finalizar os conhecimentos de hoje deixando nosso componente Header pronto para o próximo artigo, e adicionaremos também mais uma boa prática a seguir:

1 - Voltaremos em nosso arquivo Header.tsx onde adicionaremos uma <View> que englobará nosso Header e adicionaremos também uma propriedade de style dentro da nossa View:

import React from 'react';
import { Text, View } from 'react-native';

import { styles } from './styles';

interface IHeader {
  headerTitle: string;
}

const Header = ({ headerTitle }: IHeader): JSX.Element => {
  return (
    <View style={styles.container}>
      <Text style={styles.textHeader}>{headerTitle}</Text>
    </View>
  );
};

export default Header;

2 - Agora iremos em nosso arquivo de styles.ts e criaremos nossos estilos:

import { StyleSheet } from 'react-native';

export const styles = StyleSheet.create({
  textHeader: {
    fontFamily: 'Montserrat-Bold',
    fontSize: 22,
    color: '#fff',
  },

  container: {
    backgroundColor: '#f26',
    marginBottom: 20,
    height: 60,
    alignItems: 'center',
    justifyContent: 'center',
  },
});

Quando salvarmos os arquivos, já poderemos ver o resultado em nosso emulador:

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Agora estamos pertinho de acabar, por isso, não é uma boa prática montarmos componentes e telas diretamente em nosso arquivo App.tsx, porque esse é o principal arquivo de nossa aplicação. Com isso, vamos até nossa pasta de screens e criaremos uma pasta para nossa page Main, seguindo a mesma estrutura de componentes:

Pasta Main → criar dentro dela os arquivos Main.tsx e styles.ts

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import React from 'react';
import { SafeAreaView } from 'react-native';

import Main from './src/screens/main/Main';

const App = (): JSX.Element => {
  return (
    <SafeAreaView>
      <Main />
    </SafeAreaView>
  );
};

export default App;

E nosso componente continuará sendo exibido em nossa aplicação:

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Por fim, mas não menos importante, como terminamos a parte de código, agora chega o momento de commitarmos nossas alterações de código, e posteriormente realizar o merge dessa branch em nossa branch master.

E para isso, seguiremos mais um passo a passo abaixo.

1 - Começaremos commitando nossas alterações, e como eu possuo a extensão do GitLens em meu VSCode, consigo commitar por dentro dele mesmo, pois a extensão me oferece uma aba do Git do lado esquerdo do VSCode:

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Assim, quando clicamos em cima de um arquivo, ele faz uma comparação do que existia antes nesse arquivo que queremos commitar, e o que colocamos dentro dele, como um git diff.

Abaixo deixo um pequeno vídeo onde commito as alterações de nossa Screen Main:

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2 - Após commitarmos nossos arquivos, abriremos nosso terminal e digitaremos a linha de comando git push para que possamos enviar nosso código local de fato para nosso git.

O próprio Git nos sugere o comando de —-set-upstream, que é um comando que define a ramificação remota padrão para a ramificação atual, basta copiarmos esse comando sugerido, rodarmos e assim realizaremos o push de nossas modificações. Caso desejem também se aprofundar nesse ponto, deixo abaixo a documentação de ramificações do Git:

https://git-scm.com/book/en/v2/Git-Branching-Remote-Branches#Tracking-Branches

3 - Após commitarmos e de fato enviarmos nosso código para o Git, teremos que mergiar nossas alterações com o conteúdo contido na master de nosso projeto. Você pode fazer isso por linhas de comando ou dentro do Github.

Para fazer dentro do Github, basta acessar o repositório do nosso projeto que você já verá a seguinte mensagem:

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Com isso, basta clicar no botão de Compare & pull request que será exibida uma página com todas as alterações que realizamos, e assim poderemos criar nosso pull request:

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Com o pull request criado, podemos enviá-lo a amigos que possam realizar um breve code review de nossa aplicação. Posteriormente, nos será exibida uma nova tela para conferirmos os commits que fizemos e aprovar o pull request para nossa branch master.

Assim que o código for mergeado, aparecerá em tela:

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Agora sim, código mergeado com sucesso, nossos aprendizados já foram para a branch master de nossa aplicação!

Fazendo então um breve resumo do artigo de hoje, pudemos aprender sobre os seguintes tópicos:

  • Como criar uma nova branch de desenvolvimento
  • Conceitos de como nossa interface é compilada para widgets nativos e como nosso código Javascript vai parar em nosso dispositivo
  • Conceitos de tags no React Native
  • Como criar componentes e estilos
  • Como mergear nosso código em outra branch

Agradeço imensamente a todos(as) que tenham chegado até aqui e como sempre menciono a vocês, espero que esse artigo desperte ainda mais sua curiosidade e a vontade de aprender cada vez mais.

Além disso, esse artigo foi um grande desafio pra mim, pois explicar com palavras o que geralmente é feito em vídeo, acabou sendo bem desafiador, por isso, caso ainda surjam dúvidas ou tenha ficado alguma dúvida que não salientei no artigo, não hesite em me procurar. Será um prazer auxiliá-los(as)!

Nós vemos no próximo artigo onde criaremos o restante de nossos componentes! Até lá!

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